Varíola do Alasca
Você já ouviu falar da varíola do Alasca? Essa é uma doença viral que foi descoberta recentemente e que pode causar lesões na pele, inchaço dos gânglios linfáticos e dor muscular ou articular. Ela é causada por um vírus chamado Alaskapox, que pertence ao mesmo grupo da varíola e da varíola do macaco, mas que é menos conhecido e estudado.
A varíola do Alasca é uma doença muito rara em humanos, mas que pode ser fatal em alguns casos. Em fevereiro de 2024, as autoridades de saúde do Alasca anunciaram a primeira morte oficial ligada a esse vírus. A vítima foi um homem idoso que tinha um sistema imune debilitado devido a um tratamento de câncer. Ele morreu um mês depois de apresentar uma pápula vermelha na axila direita, que evoluiu para uma ferida aberta.
Mas como esse homem contraiu o vírus? E como podemos nos prevenir dessa doença? Neste artigo, vamos responder essas e outras perguntas sobre a varíola do Alasca, uma doença que pode estar presente no Alasca há centenas ou milhares de anos, mas que só foi identificada em 2015.
Como se transmite a varíola do Alasca?
A varíola do Alasca é um vírus que circula principalmente entre pequenos mamíferos, como ratos, musaranhos e esquilos. Esses animais podem se infectar uns aos outros por meio de mordidas, arranhões ou contato com secreções. Eles também podem transmitir o vírus para os humanos que entram em contato com eles ou com seus ambientes.
Até agora, foram registrados sete casos de varíola do Alasca em humanos desde 2015. Todos eles ocorreram no estado do Alasca, nos Estados Unidos, onde o vírus foi descoberto. Seis dos casos foram leves e limitados, sem necessidade de hospitalização ou tratamento específico. Apenas o caso mais recente foi grave e resultou em morte.
Os casos humanos de varíola do Alasca estão relacionados ao contato com animais infectados ou seus ambientes. Por exemplo, a primeira pessoa diagnosticada com a doença em 2015 era uma mulher que morava perto de Fairbanks, onde ratos de cauda vermelha foram encontrados com o vírus. Ela relatou ter sido mordida por um esquilo vermelho alguns meses antes de desenvolver lesões na pele.
Outros casos também envolveram pessoas que tinham contato próximo com animais silvestres ou domésticos, como gatos e cachorros. Esses animais podem se infectar pelo vírus ao caçar ou brincar com os pequenos mamíferos portadores do vírus. Eles podem então transmitir o vírus para os humanos por meio de mordidas, arranhões ou lambidas.
Até o momento, não há evidências de que a varíola do Alasca se espalhe entre humanos. Isso significa que ela não é contagiosa como a varíola ou a varíola do macaco, que podem ser transmitidas pelo ar ou pelo contato direto com as lesões na pele.
Quais são os sintomas da varíola do Alasca?
Os sintomas da varíola do Alasca podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem:
- Febre alta
- Dores musculares no corpo
- Dor lombar
- Mal estar geral
- Vômitos intensos
- Náuseas
- Dores de barriga
- Dor de cabeça
Esses sintomas podem aparecer cerca de uma semana após a exposição ao vírus. Depois, podem surgir lesões na pele, que começam como pápulas vermelhas e se transformam em vesículas cheias de líquido. Essas vesículas podem se romper e formar crostas, que caem após algumas semanas.
As lesões na pele costumam aparecer nas áreas do corpo que tiveram contato com o animal infectado ou com o ambiente contaminado. Por exemplo, as lesões podem surgir nas mãos, nos braços, no rosto ou no pescoço. Em alguns casos, as lesões podem se espalhar para outras partes do corpo.
Além das lesões na pele, a varíola do Alasca também pode causar inchaço dos gânglios linfáticos próximos à área afetada. Os gânglios linfáticos são pequenos órgãos que fazem parte do sistema imune e que ajudam a combater as infecções. Eles podem ficar inchados e doloridos quando há uma inflamação no local.
Outro sintoma possível da varíola do Alasca é a dor muscular ou articular, que pode afetar os movimentos e a qualidade de vida da pessoa. A dor pode ser causada pela inflamação dos músculos ou das articulações provocada pelo vírus.
Como é feito o diagnóstico e o tratamento da varíola do Alasca?
O diagnóstico da varíola do Alasca é feito com base nos sintomas, no histórico de contato com animais ou ambientes suspeitos e em exames laboratoriais. Os exames podem incluir a coleta de amostras das lesões na pele ou do sangue para identificar o vírus ou os anticorpos contra ele.
O tratamento da varíola do Alasca depende da gravidade dos sintomas e do estado de saúde da pessoa. A maioria dos casos é leve e limitada, e não requer nenhum tratamento específico. Nesses casos, basta manter as lesões na pele limpas e secas, evitar coçá-las ou espremê-las e tomar analgésicos ou anti-inflamatórios para aliviar a dor e a febre.
Em casos mais graves, como o do homem que morreu da doença, pode ser necessário o uso de medicamentos antivirais, como o cidofovir ou o tecovirimat. Esses medicamentos podem ajudar a reduzir a replicação do vírus e a diminuir as complicações. No entanto, eles não são amplamente disponíveis e têm efeitos colaterais importantes.
Além dos medicamentos antivirais, os casos graves de varíola do Alasca podem exigir cuidados de suporte em um hospital, como hidratação, controle da dor, prevenção de infecções secundárias e monitoramento das funções vitais.
Como se prevenir da varíola do Alasca?
A melhor forma de se prevenir da varíola do Alasca é evitar o contato com animais silvestres ou domésticos que possam estar infectados pelo vírus. Isso inclui não alimentar, tocar ou caçar esses animais, bem como não entrar em seus habitats ou tocar em seus objetos.
Se você tiver contato acidental com um animal suspeito ou com seu ambiente, lave bem as mãos e as áreas expostas com água e sabão. Se você tiver alguma ferida aberta na pele, cubra-a com um curativo limpo. Se você for mordido ou arranhado por um animal suspeito, procure atendimento médico imediatamente.
Se você tiver um animal doméstico que possa ter contato com animais silvestres infectados, como gatos ou cachorros, mantenha-o dentro de casa ou sob supervisão quando estiver fora de casa. Evite que ele cace ou brinque com esses animais. Se você notar alguma lesão na pele do seu animal doméstico, leve-o ao veterinário.
Não há vacina disponível para prevenir a varíola do Alasca em humanos ou animais neste momento. Portanto, a prevenção se concentra principalmente em evitar o contato com o vírus e em tomar medidas básicas de higiene e segurança.
Além disso, é importante que os profissionais de saúde estejam cientes da possibilidade da varíola do Alasca em casos de lesões cutâneas incomuns ou inexplicáveis, especialmente em áreas onde o vírus foi identificado anteriormente. Isso pode ajudar no diagnóstico precoce e no tratamento adequado da doença.
Em resumo, embora a varíola do Alasca seja uma doença rara, ela pode ser grave e até fatal em alguns casos. Portanto, é fundamental estar ciente dos sintomas, das formas de transmissão e das medidas de prevenção para proteger a si mesmo e aos outros. Mantenha-se informado e tome precauções sempre que estiver em áreas onde o vírus possa estar presente. Sua saúde e segurança vêm em primeiro lugar.
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fonte: o globo